domingo, setembro 24, 2006

O Pulo do Lobo

E sem dar por isso já estamos no Pulo do Lobo. A paisagem é agreste, brutal mas maravilhosamente bela, como todas as paisagens ainda virgens. E a água do Rio Guadiana que sentindo-se apertado entre as margens comprimidas, zanga-se, barafusta e sai com um grande estrondo que nos assusta, mas também nos seduz, extasia e nos esmaga com a sua beleza selvagem. A última vez que estive no Pulo do Lobo foi, à sombra da árvore que na primeira foto aparece caída, que fizemos o almoço. Foi com mágoa que a vi assim, caída no chão, arrancada pela raiz.
Das grutas escavadas nas rochas, uma há, de difícil acesso, a que só se atreviam noutros tempos aqueles que faziam do contrabando a sua profissão. Dizem, pois nunca me atreveria a descer até lá, que as águas do rio escavaram e moldaram toscos bancos de pedra dizem até que uma das rochas que se assemelha a uma mesa, é a chamada “Sala dos Contrabandistas”, quanto a mim é a mais uma vez a natureza a ajudar os humanos.

A Serra de Serpa

Sempre descendo o rio deixando para trás as suas águas calmas e já em terras da Serra de Serpa a paisagem muda completamente. Quem saindo de Serpa toma a estrada de S. Brás e se embrenha na Serra, passando a Ribeira de Limas, pode saciar a sede na água fresca da Fonte da Silvestra, beber um café na teberna da Neta ou seguir em frente onde nos damos conta da mudança da paisagem.
A paisagem, e a flor de esteva, autóctone da Serra de Serpa

As Pontes do Guadiana

O Guadiana é vê-lo calmo, sereno, ondulando por entre as pontes, a de ferro, centenária, por ela passavam até há cerca de 30 anos, a autómotora, todo o tipo de veículos, pessoas e gado. Enquanto uns passavam ou outros tinham de interromper a sua marcha, não só para passar o combóio, como também para passar á vez, de Beja para Serpa ou de Serpa para Beja, pois não podiam cruzar-se a velhinha ponte não tinha largura para isso. E havia o apeadeiro *
O edificio do apeadeiro do Guadiana não só servia de entreposto para entrada e saída de passageiros na automotora que fazia o percurso do ramal de Beja a Moura, como era morada da pessoa ou pessoas que controlavam a passagem dos veículos, que atravessavam a ponte, de uma margem para a outra.
Então, no princípio da década de 70 deu-se início à construção da ponte rodoviária de que se sentia a falta há muito tempo.
*As fotografias do apeadeiro do Guadiana (roubei-as) do site “bolotaonline” que se apresentou desactivado e sem possibilidade de solicitar a devida autorização para reproduzir as fotografias, assim peço desculpa a quem de direito, mas não consegui fugir à tentação.

O Rio Guadiana

Depois de ruas, igrejas, cantos e recantos monumentos e Jardins, vamos sair da cidade. Visitaremos primeiro a agua, que é como quem diz o Guadiana. Passando a alguns quilómetros da cidade, não deixa por esse facto, de banhar terras de Serpa
O Rio Guadiana
Descendo o rio encontramos as velhas azenhas ou moinhos do Guadiana, não se sabe quando foram construídas mas moeram o trigo até há bem pouco tempo.
Os moinhos ou Azenhas do Guadiana