segunda-feira, agosto 21, 2006

Recantos (10) - Rua dos Fidalgos

Chegada à Rua das Portas de Sevilha, exitei que caminho escolher mas, decidi-me pela Rua dos Fidalgos, que me levaria de novo à Praça da Republica.Esta rua à semelhança de outras ruas, como já tivemos oportunidade de referir, foi baptizada e rebaptizada, como Rua Visconde da Ribeira Brava, em 1898 e duas vezes no mesmo ano, 1910, primeiro em Abril como Rua Alexandre Herculano e depois em Outubro como António Ladislau Parreira, voltando ao seu primitivo nome em 1967.Uma pergunta que me faço, é o porquê esta coincidência de tantas ruas terem voltado aos seus antigos nomes em 1967, terá sido resultado dos estudos de João Cabral sobre a toponímia da vila? Ele não o diz em qualquer dos seus livros mas 1967, coincide com o período em que, como Chefe de Secretaria trabalhou na Câmara de Serpa, cujo início de funções ocorreu em 1965. Na Rua dos Fidalgos, no prédio nº. 22 à entrada da Praça da República, conforme refere a lápide ali existente, nasceu José Francisco Correia da Serra ou como é mais conhecido o Abade Correia da Serra, ilustre figura das ciências.Fazendo jus ao nome tem esta rua varias casa senhoriais. No nº. 20 desta rua existe um brasão que pertenceu a João de Melo igual a outro existente no Convento de S. Francisco e que data de 1555.A terceira fotografia é da esquina desta rua com a Rua Dr. António de Mendonça, onde se situava a antiga Farmácia Salta, cujas paredes interiores estavam cobertas de pinturas alusivas.

3 comentários:

Edgar Moreno disse...

Na Farmácia Salta Jr.trabalhou durante muitos ano o meu falecido irmão Jaime com o " Chico " Palma creio que tambem já falecido, e depois dele trabalhei eu aliás trabalhei nas três farmácias hoje são só duas. Essa Farmácia tinha uma tradição, nas noites de serviço havia vários Srs. que iam para lá jogar o Gamão com Chico Palma o mais assíduo era o Dr. Castela.O Benitez da pensão quando por lá passava perguntava metia-se sempre com o Chico Palma " Chico tienes barbilhos, Chico tienes albardas para burros ? " o Chico Palma mandou fazer prepositadamente uma pequena albarda, e quando o Benitez lhe voltou a perguntar "Chico tienes albardas para burros ? O Chico Palma foi buscar a albarda dizendo, espanhol dum cabrão vê lá se esta te serve !!! Foi aí a minha escola secundária... ganhava um escudo por dia! Outros tempos...

Ana Maria Salta disse...

As paredes estavam e ...estão (!) cobertas de pinturas da autoria de meu avô Manuel Baptista Salta que foi, além de farmaceutico, um artista, que foi colaborador artístico da revista "Tradição" de 1900 a 1902, num tempo de grande afirmação cultural e artística da gente de Serpa; As pinturas estão salvaguardadas nas condições contratuais de aluguer; elas testemunharam desde sempre muitas horas de tertúlia com gente boa e divertida, como nos conta Evaristo Moreno! Obrigada Suzete e parabéns pelo seu blogue que continuarei a seguir gostosamente! ele chegou ao meu conhecimento pelo meu sobrinho Luis P, de uma geração nascida em Lisboa, mas com muito orgulho das suas raízes!
Ana M Salta
anasalta@netcabo.pt

Susete Evaristo disse...

Muito obrigada pelo seu comentário e devo dizer que sim sabia quem tinha sido o autor dessas pinturas pois tive a oprtunidade de falar com o Sr. Engº. Salta que mora aqui em Lisboa e que à data (uns 11anos atrás) era o senhorio de minha tia Ana Isabel Silva que morava numa casa na Rua dos Canos, que em tempos tinham feito parte do Hospital da Misericordia e que mais tarde albergou a Sociedade recreativa os Azuis.Teve a amabilidade de me contar algumas histórias ligadas tanto à farmacia como à aquisição no inicio do século do edifico a que acima aludo. O engraçado é que nessas casas antes de serem habitadas pelos meus avós maternos por volta de 1936, moraram os meus bisavós por parte de meu pai, nela se instalando também a minha avó, meus pais e tias após a ida de meu avô paterno para Africa. Mas como dizia o Sr. Engº Salta contou-me a história dessas pinturas desconhecia porém o nome completo do autor.
Tive muita pena quando nos anos 60 deixou de alí estar a Farmácia e aquele espaço ter sido transformado em loja cujo mobiliário tapava as paredes. Lembro-me também de uns candeeiros de pé lindissimos que alí existiam.
Desculpe-me mas um espaço tão bonito (não sei o que hoje contém) mas era bem aproveitado para um espaço cultural.
Este meu blogue tem estado um pouco parado pois não tenho ido a Serpa com a Frequência de há uns anos atras espero em breve voltar a publicar mais fotos e mais algumas informações históricas de que disponho.
Compreendo os sentimentos do seu sobrinho pois os meus filhos também nasceram em Lisboa mas dizem sempre que são Alentejanos de Serpa.É ma terra com um poder fantástico sobre os seus naturais.
Mais uma vez obrigada, pelas suas palavras.