sexta-feira, julho 06, 2007

Vida Cultural - O Teatro

A cultura e as artes tiveram sempre um lugar especial na Vila de Serpa, para além de dois espaços de exibição de filmes, um ao ar livre junto ao Jardim e outro numa sala existente na Rua de Nossa Senhora, “Cine Parque Esperança” se bem me recordo. Também na Rua de Nossa Senhora, havia uma sala de espectáculos de que já falei, quando da publicação do (Recantos – 19) em que diziamos: - No ”TheatroThália”, cujo palco se situava onde antes tinha existido o altar-mor, da Igreja do Hospital da Misericórdia, na Rua de Nossa Senhora, representaram, além do grupo de teatro amador, residente, actrizes de grande prestígio do Teatro Português como Rosa Damasceno -. Acrescentamos agora que este Teatro, com Grupo Cénico residente, foi estabelecido por diversos cavalheiros abastados da vila, e que além dos dois grupos de Teatro Amador locais, este e o Gil Vicente, alí representaram também companhias ambulantes, tanto portuguesas como espanholas. Ao que sabemos Rosa Damascento terá até contracenado com um dos grupos de amadores de Serpa numa peça intitulada "Córa", podemos pois concluir que os nossos amadores eram actores de grande gabarito. O outro grupo de que tenho conhecimento era o "Grupo Cénico e Musical Serpense Gil Vicente" do qual deixo aqui registo atravéz do Bilhete de Identidade nº. 35 conferido a meu pai em 1943.
Já não consigo lembrar-me do nome de todos os actores que os meus pais enumeravam, mas lembro-me de que colaboravam frequentemente nestas representações a Srª. Dª. Maria Ana Bule Palminha; o Sr. Julio Nogueira e o Sr. Francisco Torrão, que mais tarde seria também o Mestre da Banda Filarmónica, de quem aliás ainda me recordo perfeitamente. Os dois primeiros figuram nas fotografias abaixo, as quais datam dos finais dos anos 40 do séc. passado.
Havia uma outra sala de espectáculos na Casa do Povo, de dimensões consideráveis para uma Vila do interior, na Rua da Fonte Santa. Era frequente passarem por Serpa, companhias de Teatro ambulante. Recordo-me da montagem de um barracão num terreno baldio nas imediações do Jardim, onde durante alguns dias foram representadas as peças como “A Rosa do Adro" e " Os Fidalgos da Casa Mourisca” onde não fui dados os meus 5 anos ou 6 anos. Depois de um interregno mais ou menos longo apraz-me registar o resurgimento em 1996, de um grupo de Teatro, ao que sei pela mão de Romão Janeiro, encenador e actor do Teatro Experimental de Pias. Ainda em 1996, o grupo constitui-se em associação e apresenta a peça “Um Caso Raro de Loucura”, de Henrique Galvão, Este Grupo que se tem exibido em diversas terras de norte a sul de Portugal, desenvolve ainda iniciativas de Teatro Infantil e Festivais de Teatro, em estreito intercâmbio com Grupos de diversos pontos do país. Abaixo a fachada principal do novo Cine Teatro e o interior da sala de espectáculos.