sábado, agosto 26, 2006

Recantos (16) Da Rua João Lampreia à Rua dos Farizes

Quem me lê já deve ter-se apercebido que não vou passeando nas ruas à toa mas num percurso que nos leva a quase todos os recantos da Cidade. Assim, atravessamos o Largo do Corro, para a Rua João Lampreia, descemos a rua Brás Gonçalves, deixando pelo caminho a Rua da Ladeira e a Rua do Prego ou das Escadinhas, chegamos ao Largo das Portas de Moura de que já falamos anteriormente. A este Largo convergem além da Rua Brás Gonçalves, a Rua de Santo António e a Rua dos Farizes por onde iremos seguir. A meio da Rua dos Farizes deparamos com uma rua que vai dar ao Largo de Nossa Senhora dos Remédios, cuja toponímia nos chama a atenção. É a Travessa das Mal Lavadas. Este nome terá degenerado de num tal “Malhavado” ferreiro, de profissão que ali tinha um curral no ano de 1625. (Arquivos de Serpa , pág. 151) A Rua dos Farizes, sita entre o Largo das Portas de Moura e o Portelo da Baleizoa, deve o seu nome segundo uns, à existência naquela artéria a um Bairro Judeu (Farizeus) segundo outros, aos chafarizes existentes às portas de Moura que por distorção popular teria ficado «Farizes».

Recantos (15) Largo do Corro

É conhecido que já em 1625, se faziam neste lugar a feira e as corridas de touros, nos dias das festas do Corpo de Deus e S. João Baptista. Nesta Largo que, em 10 de Fevereiro de 1890, também foi dado onome de Praça de Serpa Pinto e em 11 de Outubro de 1950 Praça de S. João de Deus, voltando à sua designação anterior em 1967, foi inaugurado em Agosto de 1889, um mercado municipal. Havia neste Largo um bonito Quiosque, não sei o que lhe fizeram, o que ainda existe e espero que nunca seja retirado é um Chafariz de 4 bicas, (vê-se ainda que mal na segunda fotografia) teremos oportunidade de vê-lo melhor quando publicar o conjunto dos quatro chafarizes que continuam a resistir ao tempo e à modernidade. Como o crescimento da ainda Vila, foi deliberada mudar aquelas instalações para um edifício propositadamente construído para o efeito, na zona nova frente ao Bairro Operário. No antigo edifício do Mercado Municipal no Largo do Corro, após obras de beneficiação deu lugar em 1989, ao Museu Etnográfico. Este é um bom exemplo de como os edifícios antigos podem ter um aproveitamento de grande nível cultural.

quinta-feira, agosto 24, 2006

Recantos (13) Largo de D. João

Descendo a Ladeira do Escorregadio chegamos ao Largo de D. João, onde voltada a noroeste se situa a Porta de Moura, que já atrás se referiu. Nas fotos podemos apreciar a grandeza dos cubelos que ladeiam a Porta. No lado direito da referida porta, junto à parede lateral do Hospital, existe ainda a escadaria de aceso ao topo das muralhas. A primeira e terceira fotos são do interor das muralhas a segunda, tirada do Largo no exterior. No Largo de D. João, existe ainda uma casa quinhentista, de traça manuelina, que podemos apreciar na ultima foto.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Recantos (12) - A Ladeira do Escorregadio

No seguimento da Rua da Cadeia Velha e depois de ultrapassado o Terreiro do Santuário, chegamos a uma rua íngreme cujo nome muito apropriado é Ladeira do Escorregadio. Esta Ladeira, da qual se tem uma perspectiva da Torre de Menagem do Castelo Velho, vai desembocar no Largo de D. João, onde se situa a Porta de Moura, que com a Porta de Beja, nos dão ainda testemunho de como eram fortes as guardas de entrada na Vila de Serpa.

terça-feira, agosto 22, 2006

Recantos (11) A Rua da Cadeia Velha

Do lado norte da Praça da República, entre esta praça e o Terreiro do Santuário fica a Rua da Cadeia. Baptizada em 18 de Dezembro de 1919, com o nome de Rua Dr. José Féria Teotónio, nunca deixou de ser conhecida e referenciada como Rua da Cadeia Velha. Velha, substantivo que o povo lhe acrescentou quando as instalações da cadeia mudaram, em meados do Sec. XVIII, (do actual nº 10 desta rua) para o edifício da Praça da República, onde hoje se situa o Café Alentejano, o qual conserva ainda o sino da Capela. É ainda nesta rua que se situa o Grémio da Lavoura, no edifício que se vê em primeiro plano na foto 1, local onde os agricultores da região tratam, desde há muito, de todos os assuntos referentes à lavoura, que infelizmente hoje se encontra muito reduzida. Na segunda fotografia pode ver-se a beleza e o pormenor das almofadas inferiores da porta do Grémio da Lavoura, onde estão representadas diversas alfaias agrícolas. Esta fotografia foi gentilmente cedida por: http://univesosassimetricos.blogspot.com/ que agradeço

segunda-feira, agosto 21, 2006

Recantos (10) - Rua dos Fidalgos

Chegada à Rua das Portas de Sevilha, exitei que caminho escolher mas, decidi-me pela Rua dos Fidalgos, que me levaria de novo à Praça da Republica.Esta rua à semelhança de outras ruas, como já tivemos oportunidade de referir, foi baptizada e rebaptizada, como Rua Visconde da Ribeira Brava, em 1898 e duas vezes no mesmo ano, 1910, primeiro em Abril como Rua Alexandre Herculano e depois em Outubro como António Ladislau Parreira, voltando ao seu primitivo nome em 1967.Uma pergunta que me faço, é o porquê esta coincidência de tantas ruas terem voltado aos seus antigos nomes em 1967, terá sido resultado dos estudos de João Cabral sobre a toponímia da vila? Ele não o diz em qualquer dos seus livros mas 1967, coincide com o período em que, como Chefe de Secretaria trabalhou na Câmara de Serpa, cujo início de funções ocorreu em 1965. Na Rua dos Fidalgos, no prédio nº. 22 à entrada da Praça da República, conforme refere a lápide ali existente, nasceu José Francisco Correia da Serra ou como é mais conhecido o Abade Correia da Serra, ilustre figura das ciências.Fazendo jus ao nome tem esta rua varias casa senhoriais. No nº. 20 desta rua existe um brasão que pertenceu a João de Melo igual a outro existente no Convento de S. Francisco e que data de 1555.A terceira fotografia é da esquina desta rua com a Rua Dr. António de Mendonça, onde se situava a antiga Farmácia Salta, cujas paredes interiores estavam cobertas de pinturas alusivas.

domingo, agosto 20, 2006

Recantos (9) - A Rua das Portas de Sevilha

(vista do lado da Rua da Fonte do Ortezim)
Imediatamente a seguir ao Largo do Salvador, encontramos o Largo de 5 de Outubro, na confluência das ruas, do Calvário e António Carlos Calixto. Com muita pena minha não tenho qualquer fotografia deste Largo, sendo que aqui está sedeado um dos grandes espaços culturais de Serpa. A livraria, Vemos, Ouvimos e Lemos, que já tive a oportunidade de visitar, é um espaço encantador onde convergem a Literatura, a Pintura, a Musica e o Lazer, que o "cartoonista" Luís Afonso, autor do Bartoon do PÚBLICO, abriu em Serpa, em Junho de 2002. No quintal, um limoeiro oferece a sua sombra generosa a quem queira, tomar um café e ficar à conversa, ou na companhia de um bom livro. Pena que sempre que vou a Serpa não tenha tempo para usufruir de lugar tão aprazível. Do Largo 5 de Outubro, descendo a Rua António Carlos Calixto, chegamos ao lugar onde em tempos se situava uma das portas da muralha, a Porta de Sevilha. Destruída pelo Duque se Ossuna, na sua retirada da praça de Serpa, manteve até 1780, quando ruíram, parte das torres que a defendiam, até que em 1871, caindo novo fragmento, foi deliberado apear o que restava da antiga muralha por se considerar um perigo para a saúde pública. Frente à Porta de Sevilha e na direcção da Rua da Fonte do Ortezim, a antigamente denominada de Rua Larga, tomou para si a designação de Rua das Portas de Sevilha, perpetuando assim a porta desaparecida.

Recantos (8) - O Largo do Salvador

Frente à igreja com o mesmo nome é como que o seu Adro. Neste Largo, situa-se um edifício, para mim, com um encanto muito especial, que me transporta a cinquenta anos atrás. O edifício a que me refiro de um só piso com quatro grandes salas (pelo menos à época) era a Escola Primária, feminina de Serpa. Feminina sim, pois naquele tempo rapazes e raparigas frequentavam escolas diferentes. Para os rapazes haviam duas escolas, a do Jardim e a do Bairro Operário, para as meninas apenas uma a Escola do Salvador. Recordo com ternura as minhas professoras, a Dª. Brita, na 1ª classe; a Dª. Manuela Soares na 2ª. classe e a Dª. Domingas na 3ª. e 4ª. classes. Lembro-me também da Srª. Justiniana, creio que era assim que se chamava a contínua da escola, a quem respeitávamos tanto como às professoras. Da minha escola lembro ainda todas as minhas traquinices, as danças de roda, os jogos, enfim os meus tempos de menina. Hoje o edifício tem funções, completamente diferentes mas ainda lá está, espero que resista aos tempos de mudança.
A minha turma da 2ª. classe
Alguém se reconhece ?

Recantos (7) - A Rua das Amendoeiras e a Travessa das Amendoeiras

Rua das Amendoeiras: Quem partindo do Largo da Cruz Nova quer chegar ao Largo do Salvador deverá tomar esta via é uma rua ampla com varandins exteriores onde se pode encontrar numa das paredes um chafariz publico. A meio da Rua das Amendoeiras fazendo ligação com a Rua de S. Roque, encontramos a Travessa das Amendoeiras
Travessa das Amendoeiras vendo-se ao fundo o chafariz da Rua das Amendoeiras